Saudade

saudade

Saudade.

Bicho estranho, peçonhento

faz morada aqui dentro

Ora dorme, mal me lembro

pouco dói, eu aguento

Mas tem dia, ave Maria!

que a saudade agonia

Se eriça, se agiganta

afasta estômago, diafragma

Nó no peito

Que jeito?

Vem o choro, deságua

desce o morro, lágrima

dá raiva, e passa

Fica de ti a lembrança

de te ver, vontade

entre mim e você:

a saudade

Para meu avô, que ontem faria 110 anos e me deixou com tanta saudade e com tantas perguntas sobre a vida que ficarão sem sua sábia resposta.

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