Preguiça

Toda vez que me deito para dormir, tenho uma preguiça imensa de me levantar para qualquer coisa. Penso que se eu sair da cama na qual já estou deitada, vou perder tempo de sono e amanhã estarei exausta para meus afazeres.
Aí, fico me debatendo durante horas, sentindo calor, ou frio, vontade de fazer xixi, ou fome, ou com remorso por não ter passado o creme no rosto e mais um monte daquelas coisinhas que você só se lembra quando já se deitou.
Conclusão: passo mais de uma hora para conseguir pegar no bendito sono, que tão preciso é pra mim.
Metaforicamente, acho que é exatamente isso o que, muitas vezes, fazemos com a nossa vida: procrastinamos, ainda que seja um simples incômodo, tentando evitar um desconforto maior e vamos seguindo em frente, cultivando o mal em banho Maria dentro da gente.
É assim com um emprego que não te empolga, um casamento desgastado, uma amizade que não te retribui, uma dieta que não sai do papel, um diálogo que não acontece, ou que nunca gera aprendizado, uma briga mal resolvida, que gera um rancor…
O ser humano tem medo de romper, medo da ducha de água fria, que petrifica, dá choque, porém, depois dá àquela acordada e revigorada para seguir em frente.
Ingenuidade é achar que o desconforto ficará sempre do mesmo tamanho. Que nada! Ele dá cria, se cria e se multiplica igual coelho. Quando nos damos conta, tá tudo dominado, tudo desgastado, tudo devastado.
Comecei a escrever esse texto, porque, mesmo já passando da meia-noite e eu tendo que acordar às 6h:10 da manhã, resolvi fazer diferente: troquei a quantidade de sono pela qualidade dele. Metaforicamente, troquei a quantidade de vida pela intensidade dela (pelo menos por agora).
Levantei-me da cama, liguei o ar-condicionado – estava calor -, peguei meu edredom favorito no armário do corredor pra não sentir frio – vejam como caminhei -, decidi não deixar a ideia para amanhã e já estou escrevendo esta crônica, pois ideia não se desperdiça 🙂 – e vou já dormir deliciosamente.
A mensagem de hoje é que nos adequemos menos, nos acomodemos cada vez menos a tudo aquilo que é entulho, morno, moroso, enjoativo, pesado e desconfortável na nossa vida. A ruptura pode até ser dolorida, mas dura bem menos tempo do que um tempo perdido e adiado.
Boa noite!

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Respostas de 4

  1. Estava deitada, de preguicinha depois do almoço hehehe Mas já me levantei e vou fazer tudo que estava aqui protelando
    bjo

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