Dia desses, chegou uma mensagem em um dos vários grupos de whats app do qual eu, assim como você, faço parte: “O Brasil morreu!”.
Pensei: – Jesus amado, o que foi que houve? Outro atentado ao World Trade Center, mas agora em Brasília???
Não, simplesmente era pra dizer que o Euro estava custando 4,07 Reais.
Hoje, chegou neste mesmo grupo de zap zap (com o perdão do abrasileiramento das palavras, mas me enche o saco, porque acho difícil e tem que colocar em itálico por sererem palavras estrangeiras, escrever whats app e nunca sei se é whats app ou whats up, logo, falarei zap, zap daqui pra frente.) um link com a seguinte manchete de um jornal local: “Jornalistas americanos são assassinados enquanto faziam uma entrevista.”
Ora! Eu moro numa cidade violenta, vejo que a manchete é de um jornal local, não consigo abrir o link, pensei: “Meu pai eterno, o homem foi morto em plena Praia de Iracema pelos assaltantes enquanto gravava a matéria que ia passar lá no país dele!!!”
Nada disso, o crime foi nos EUA e a morte foi por colegas de profissão, ou seja, não tem nada a ver com a violência da minha cidade.
Antes que me julguem, quero só dizer que me solidarizo demais com as mortes e as atrocidades que rondam esse nosso mundo. Estou chocada com a morte desses jornalistas, parece coisa de novela. A fome na África, os abusos sexuais contra crianças e adolescentes, a guerra na Syria e um bando de vândalos destruindo monumentos históricos na Ásia………………………
Isso tudo me entristece, me entristece tanto que acho que a gente podia se poupar um pouco e deixar de dar notícias como se fôssemos manchetes de jornal.
Acompanhem meu raciocínio: se eu estou, assim como a grande maioria, no meio da tarde de um dia cheio de trabalho, com a cabeça fervilhando de preocupações, inclusive com a violência na nossa cidade que acaba de assaltar minha prima e quase roubar meu primo, preciso realmente ler notícias chamativas que digam que o Brasil morreu?
Não! Eu acho que não. Para isso esperemos pelo Jornal Nacional.
Acho que o ser humano sempre gostou de dar más notícias e a gente sabe que a má notícia vende muito mais do que a boa, infelizmente. Mas, sem as redes sociais “no antigamente”, a má notícia era dada apenas para o vizinho. Agora, com o passe de apenas dois cliques, você pode despejar uma tragédia para mais de 400 pessoas ao mesmo tempo.
Estamos ficando apavorados, assustados, achando que está difícil viver, que a vida é dura, o mundo é cruel e estamos todos fadados à infelicidade.
Não é bem assim!
Guerra, infelizmente, sempre teve; crise política no Brasil, infelizmente, sempre teve e saímos de todas, bem ou mal; violência no mundo, infelizmente, sempre teve. Mas hoje podemos usar a internet para ajudar, através de várias instituições voluntárias, com apenas um real por dia, as crianças da África…
Sempre que eu estou muito atordoada com o excesso de coisas ruins e uma dorzinha lá no fundo do peito, a qual não tem nome, nem origem certa, eu recorro aos meus pais. Eles não têm internet e a vida pra elas é mais leve. Eles leem revistas, veem jornais, mantém-se informados como sempre fizeram, mas não estão com esse senso de catástrofe iminente como nós, os “modernosos” virtuais.
Não acho que devamos nos alienar, de forma alguma, mas acho que podemos filtrar informações, pensar se aquilo realmente vai fazer diferença na vida do outro ou se vai apenas tornar o dia dele pior.
Temos que reconhecer que somos agentes de mudanças, mas não somos onipresentes e não poderemos mudar tudo. Portanto, não adianta se abalar e compartilhar todo o lixo que chega na internet para os seus pares. Sempre acreditei que coisa ruim atrai seu semelhante e o bem assim também o faz.
Portanto, que tal trocar as tragédias pelas boas ações que têm por aí? Que tal pesquisar quem é que está fazendo a diferença em seu meio social e tentar fazer o mesmo ou se engajar nesta causa? Que tal, em vez de ficar futricando tragédia na internet, futricar ONGs que estão precisando de voluntários em escolas, projetos musicais, de artes, e professores de matemática.
Olha, querendo ver, tem um monte de coisa boa acontecendo nesse nosso mundo completamente imperfeito, mas que é o que temos pra hoje e é o que temos para a vida.
Sugiro que façamos dele um lugar mais confortável para se viver. A partir de agora, mais notícias boas, então.
Extra, extra! Qual é a sua boa notícia?
crianças
Crianças e as missões que salvam o mundo
A revolução virá das crianças. E eu, ora, estarei na linha de frente fazendo a minha parte…