Eu em você

Eu... em você

Eu padeço de uma inquietude que me confunde

Não sei pelo que sofro e choro

Não sei pelo que me alegro e choro

Uma fúria, vendaval que alvoroçam pensamentos e cabelos

Olho-me e me vejo imensa

Deito-me frágil como um feto e busco útero

Temo tudo o que ninguém nem vê

Tenho uma coragem maior do que a de muita gente forte

Dou a cara a bater

E me recolho para catar meus pedaços

Busco algo que ainda não achei

Por isso, crio futuros

E tento adoçar os “agoras” com o sal que me cai das lágrimas

Vivo em carne viva e sangro

Estanco-me e me transbordo com banho de mar

E me aquieto

No teu peito

No nosso beijo

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