A praia toda era um vão ensurdecedor e calmo
As ondas quebravam forte enquanto a maresia inebriava
Passou de peito aberto tatuado pela tarde
Lutou contra o mar, Iemanjá o desafiava
–
Viera ao longe dizer-me dos perigos das águas
O vírus, o contágio nos impedia o contato
O vento levava a máscara, a voz e o encontro
Pela faixa de areia que termina pouco antes do horizonte
–
Voltarei a ver-te?
Seguirás em sonho
De sal, de sol, de brisa e de maresia?
–
Distante talvez? Ali, logo mais? Numa esquina qualquer?
No mar, num bar, num castelo de areia?
Talvez eu te diga meu nome. Talvez nunca saibamos de nós.
–
(a poesia que me inspirou foi esta aqui)