A um passante (livremente inspirada em Baudelaire)

A praia toda era um vão ensurdecedor e calmo

As ondas quebravam forte enquanto a maresia inebriava

Passou de peito aberto tatuado pela tarde

Lutou contra o mar, Iemanjá o desafiava

Viera ao longe dizer-me dos perigos das águas

O vírus, o contágio nos impedia o contato

O vento levava a máscara, a voz e o encontro

Pela faixa de areia que termina pouco antes do horizonte

Voltarei a ver-te?

Seguirás em sonho

De sal, de sol, de brisa e de maresia?

Distante talvez? Ali, logo mais? Numa esquina qualquer?

No mar, num bar, num castelo de areia?

Talvez eu te diga meu nome. Talvez nunca saibamos de nós.

(a poesia que me inspirou foi esta aqui)

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