Intimidade. Dia dos namorados, pensando bem...
Intimidade – Dia dos Namorados… Pensando bem.
Eu sei, o dia dos namorados já era e já entramos em clima da copa. Mas peço licença para vir importunar mais um pouquinho com esse tema, afinal, para quem ama, não há de ser um saco falar de amor, né?
Então, lendo as postagens – várias – de casais apaixonados no dia dos namorados, uma me chamou atenção, que foi a da minha amiga @samirabrandao para o seu marido. Lê lá, não vou reproduzir aqui porque, enfim, tá lá :). Repensei – um tiquinho – sobre a crônica da semana passada que falava deste Tal Dia e do sentimentalismo que envolver ter alguém (você pode ler aqui) e refleti sobre o outro lado da moeda… Não que este lado me convença tanto, mas…
Daí que me ocorreu que talvez seja importante mesmo a gente ter alguém pra dividir a vida. Não uma amiga, um irmão, nem pai e mãe porque eles têm a vida deles pra dividir com alguém que eles escolheram, apesar de você saber que pode contar com essas bençãos na sua.
Falo de alguém que voluntariamente também ache que a vida é massa, mas que, ao seu lado, ela pode ser mais divertida, ou mais organizada, ou se sentir mais segura, mais pé no chão, ou nas nuvens. Alguém que te contenha e pra quem você possa contar das suas fragilidades. Aliás, a quem você nem precise contar do seu lado que precisa de suporte, pois esta criatura, que há de ter sensibilidade, vai te perceber mais do que você a si mesma e vai estar ali do lado quando a crise de ansiedade vier. É amor que chama, né?
Me lembrei do meu ex-marido lendo o texto da Samira e pensei que existe, sim, uma vantagem imensa num casamento. Não creio que sejam tantas, mas há uma que deve valer por toda a liberdade que a vida de solteira traz. Sei lá, não sei, mas vou dizer aqui o que eu acho e você decide aí o que acha.
É a intimidade.
Não falo dessa intimidade sexualizada, que também é ótima, mas esta atende pelo nome de “química”. Eu falo da intimidade que nem tem nome. Da que as palavras não dão conta de expressar, mas apenas a linguagem: a dos gestos, a do silêncio, a do respeito ao ser maluco do outro (de perto ninguém é… já diria Caetano).
Adendo, desculpem-me essa coisa de palavra que não dá conta e linguagem que comunica, é que ando estudando isso na faculdade e as coisas passam a fazer mais sentido. Às vezes, nem o vocabulário de todas as línguas consegue expressar uma sensação. A emoção ultrapassa a razão e não há ciência que a coloque num papel.
Sigamos.
Falo desse enlace de corpos dentro de uma casa que podem passar um pelo outro por 24 horas e não se esbarrar, porque se conhecem tanto que já delimitaram territórios, sem que pra isso fosse preciso dizer uma só palavra.
Uma intimidade que suporta o silêncio de horas a fio e que consola com um olhar, com um tom de voz abaixo da sua angústia e aquilo te devolve a paz, a serenidade, a vida.
Um contato que entende antes de ser dito, que cala por antever a catástrofe, que abraça e substitui uma discussão, que enxuga as lágrimas sem chafurdar a razão daquele pranto.
Que te traz do mundo de fantasias sem acordar teus sonhos, que te acha linda, estando você o ó. Que sempre vai te achar linda, mesmo com quilinhos a mais ou a menos. Que vai te trazer chocolates, mesmo você estando de dieta e querendo ficar gostosa pra ele(a). A pessoa nunca nem se importou com o seu peso, só vê tesão ali e ternura.
Essa intimidade vale muito a pena. Penso que isso seja amor, e nem sei se a solução pra isso é casamento, mas esse lugar de ser frágil, de mostrar o que dói, deixar fluir, sem constrangimento, o que te dá vergonha de falar pro mundo, estar do lado de alguém que te sabe inteira, isso pode ser a maior das prisões, mas te dá uma liberdade pra ser quem você é que eu vou te contar…
É porque ser livre tem um preço caro, bem caro, e dividir com alguém essa liberdade toda pode fazer certo sentido. Alguém pra rachar essa conta e dar conta do que você não consegue, enquanto você se ocupa da sua melhor parte pra alçar o mundo.
Parece massa, não? Dividir o ônus pra potencializar o bônus :).
É… olhando por este lado acho até que vale a pensa se largar nos braços de alguém. O problema é todo o resto… Mas isso a gente deixa pra pensar depois. Tô aqui tentando me convencer de que o amor vale a pena, porque LINDO eu sei que ele já é.
Feliz todos os dias que você é essa intimidade toda com alguém e vice-versa.
Feliz (ainda vale?) Dia dos Namorados
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Beijo
Até sempre!
Lu
Ps.: já tinha ouvido falar do @futilidades, mas não seguia as meninas de lá. Tem umas frases bem legais sobre autoestima. E acho que sempre ajuda, a sororidade é a nossa grande arma, mulheres.